25 de dez. de 2009

FELIZ NATAL.

Que a bênção e a paz desta data de amor e perdão, possam estar presentes na sua vida;

desejo que neste Natal você busque pela paz, porque buscando a paz, você encontrará o perdão, o amor e a fé andará de mãos dadas com você.

Continue buscando a Deus, confiando no seu poder, pedindo com a certeza de que seu desejo será ouvido pelo Pai.

Aproveite o Natal, ajoelhe, ore, peça perdão, perdoe.

O menino Deus é cheio de poder e bondade;

abra seu coração, ame, só assim você encontrará o brilho da paz que sempre esteve à sua volta.

Continue buscando a Deus;

continue no propósito do Pai, assim você entenderá os mistérios que a vida coloca em seu caminho.

Feliz Natal, na paz de Deus

20 de set. de 2009

A Compaixão de Satanás

Em Mateus 16:21-23 temos duas pessoas agindo de maneira basicamente oposta: uma delas está incentivando compaixão; a outra, por sua vez, responde de maneira severa, e chega a comparar seu interlocutor com o Diabo. Olhando apenas este resumo, muitos dariam imediata razão para a primeira pessoa, enquanto qualificariam a atitude da segunda como condenável. Acontece que a segunda pessoa é o próprio Jesus. Vamos dar uma olhada na história.

A partir de um determinado tempo de seu ministério (Mateus 16:21), Jesus passa a revelar aos seus discípulos o fim que ele vai encontrar em Jerusalém: sofrimento e morte. O que acontece aqui é que Pedro, após saber disto, não concorda que Jesus deva sofrer. Ele chama Jesus à parte e passa a reprová-lo, pois, na sua opinião, o que Jesus deve fazer é ter compaixão de si. Nós teríamos ficado comovidos com a sensibilidade e cuidado de Pedro se Jesus, logo depois, não o tivesse chamado de Satanás, e completado: “Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”.

Existem diversas lições que podemos tirar disto. Uma delas é que Jesus nos ensina a definirmos radicalmente a prioridade da nossa vida: mesmo que haja necessidade de renúncia, e que o fim possa ser o sofrimento, ou até mesmo a morte, como no caso de Jesus aqui, devemos fazer aquilo que Deus quer de nós. Alguns diriam que Jesus tem razão em tomar sua cruz, mas que os seus discípulos não precisam fazer o mesmo, "afinal de contas ele sofreu para que a gente não precisasse sofrer". Estas pessoas precisam continuar a ler a história, a partir do versículo 24.

A segunda coisa é que nem toda a compaixão vem de Deus. Existe a compaixão de Satanás. Acontece quando demonstramos preocupação conosco mesmo, ou com outras pessoas, mas que o foco desta preocupação não é que estejamos fazendo a vontade de Deus. Esta compaixão olha mais para as condições físicas e emocionais, e para o bem-estar, e, em nome destas coisas, diminui as exigências que o Senhor mesmo revelou pela sua palavra.

Isto parece um pouco surpreendente para nós, e o mesmo pensamento vale para idéias como paz (Mateus 10:34; cf. João 14:27), alegria (Lucas 6:25b; cf. João 15:10-11) e união (Lucas 12:51b; João 17:21). Se você observar o mundo religioso hoje, vai ver que muitas vezes o sentido satânico destes termos acima é ensinado e vivido. Devemos renovar nossa mente para ter o pensamento de Deus, e não o pensamento dos homens.

16 de set. de 2009

TESTEMUNHO MARAVILHOSO DO QUE DEUS PODE FAZER NA MINHA E NA SUA VIDA. PARTE 2






Para ler cada uma dessa imagem, basta clicar nela e você vai conseguir ler.
Além de tudo o que passou, Igor ainda consegue tempo de fazer a obra de Deus pelas ondas da Rádio Bandeirantes aqui de Bauru nas ondas médias 1160 AM, todas as terças feiras apartir das 22 horas e agora pela TV PREVE, canal 13 da NET e 31 da tv aberta, todas as quintas e sábados as 06 horas.

TESTEMUNHO MARAVILHOSO DO QUE DEUS PODE FAZER NA MINHA E NA SUA VIDA. PARTE 1


CLIQUE NA IMAGEM E VOCÊ VAI LER O QUE ESTA ESCRITO NESTA REPORTAGEM QUE FOI QUANDO IGOR ESTAVA COMPLETANDO 5 ANOS DE IDADE, MAS NOS DIAS DE HOJE IGOR ESTA COM 11 ANOS E PREGANDO MUITO A PALAVRA DE DEUS, SENDO BÊNÇÃOS PARA TODOS NÓS QUE PENSAMOS QUE TEMOS PROBLEMAS E NA VERDADE NÃO TEMOS NADA PERTO DO QUE ELE E MUITOS PASSARAM E ESTÃO PASSANDO.
OLHA ELE AQUI JUNTO COMIGO...

OLHA ELE AÍ PREGANDO A PALAVRA DE DEUS.
SE QUISER OUVIR O SER TESTEMUNHO E CHAMA-LO PARA PREGAR É SÓ ENTRAR EM CONTATO PELO EMAIL: ricardoffabris@gmail.com

13 de set. de 2009

Basta Crer no Evangelho para Ser Salvo?

Mas, a Bíblia também diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). “Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e será salvo, tu e tua casa” (Atos 16:31).“Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (Tiago 2:24). A palavra de Deus se contradiz? É claro que não. Para compreender estas afirmações, precisamos entender sentidos diferentes da palavra fé.

Um princípio fundamental de comunicação é a consideração do contexto. A mesma palavra pode ter significados bem diferentes em contextos diferentes. Entendemos isso quando ouvimos pessoas usar palavras como “amar” ou “adorar”. Quando se fala de comida ou outras coisas, tem um sentido. Quando se fala de amar a esposa ou adorar a Deus, o significado é diferente.

Da mesma maneira, a mesma palavra pode ter sentidos diferentes em diversos contextos bíblicos. Normalmente, a fé inclui a reação apropriada. Se alguém entrar num prédio e gritar “fogo”, as pessoas que crêem que o local está em chamas obviamente vão se levantar para sair. A pessoa que não crê ficará tranquila. Da mesma forma, a pessoa que crê na palavra de Deus vai reagir à sua mensagem. É por isso que é tão importante obedecer ao evangelho (leia 2 Tessalonicenses 1:8-9; Hebreus 5:9). Se não reagir, é porque não crê.

Tiago fala da fé num sentido mais estreito e, desta maneira, frisa bem a importância de uma fé ativa e obediente. Ele deixou bem claro que a fé que salva é a fé que age – que se manifesta nas obras de obediência (ele não fala de obras de mérito, porque nenhum de nós merece a vida eterna – Romanos 3:23; Efésios 2:8-9). Considere as palavras de Tiago: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? . . . Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:14,17). Ele disse que os demônios crêem e tremem, mas eles não obedecem (Tiago 2:19).

Citando a fé obediente de Abraão e Raabe, Tiago conclui: “Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente. . . . Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:24,26). Certamente, ninguém será salvo por uma fé morta!

– por Dennis Allan

12 de set. de 2009

Por que as Pessoas na Bíblia Rasgaram as Vestes?

Na leitura da Bíblia é comum encontrar versículos que dizem que alguém rasgou as suas vestes. Qual o significado deste costume? O que podemos aprender para os dias de hoje?

A prática de rasgar as roupas, nas culturas orientais, mostrava emoções fortes, geralmente angústia, tristeza ou remorso. Podemos observar estes sentimentos nos contextos de vários trechos que falam deste ato.

Quando um mensageiro foi falar para Eli que a arca da aliança foi perdida e os filhos do sacerdote, mortos, ele chegou com suas vestes rasgadas (1 Samuel 4:12).

Quando Davi ouviu a notícia que Absalão havia matado os outros filhos do rei (embora tivesse morrido somente Amnon), ele e as pessoas que estavam com ele rasgaram as roupas (2 Samuel 13:31).

Quando os oficiais do governo de Judá ficaram perturbados com as ameaças dos assírios, foram ao rei com suas vestes rasgadas (2 Reis 18:37).

O sumo sacerdote mostrou ultraje quando Jesus afirmou a sua divindade, rasgando as próprias roupas e acusando o Filho de Deus de blasfêmia (Mateus 26:65).

Josias percebeu que o povo não estava obedecendo ao Senhor e rasgou suas vestes como sinal de angústia e de remorso. Deus aceitou este comportamento como sinal de seu arrependimento e ouviu sua oração (2 Reis 22:11,18-20).

O mesmo ato por Esdras mostrou seus sentimentos de vergonha e remorso quando soube do pecado do povo em fazer casamentos com os povos pagãos. Ele foi orar a Deus com as vestes rasgadas (Esdras 9).

É especialmente nestes últimos casos citados que encontramos uma lição importante. Deus não olha para as roupas rasgadas, embora tenham refletido os sentimentos das pessoas angustiadas e arrependidas. Num livro que avisa bastante sobre a vinda de castigo divino, Deus falou o que ele realmente quer dos pecadores: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus...” (Joel 2:12-13).

Hoje, não temos o costume de rasgar as nossas roupas, mas devemos chegar a Deus com corações quebrantados e arrependidos!

Um camelo pode passar pelo fundo de uma agulha?

Jesus disse: “E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mateus 19:24). Este comentário apresenta desafios de, pelo menos, quatro tipos:

(1) A tentação de aceitar explicações convenientes inventadas por homens. Durante muito tempo, tem se circulado algumas explicações para tornar possível o que Jesus disse. Alguns tem dito que a palavra certa não seria camelo e sim, cabo. Outra explicação mais difundida é que o fundo da agulha se refere a um portão baixo que supostamente existia em Jerusalém, pelo qual os camelos passavam de joelhos. Mas as evidências para estas explicações são muito fracas. Não devemos nos perder com explicações forçadas e inventadas.

(2) O problema com interpretações literais de linguagem figurada. Muitas coisas na Bíblia são literais, e normalmente aceitamos as palavras exatamente como foram dadas. Mas, Deus também usa linguagem figurada, e corremos o risco de errar em não compreendê-la. Jesus criticou seus discípulos por não compreenderem linguagem figurada (Mateus 16:6-12). Muitas pessoas erram por não reconhecer o sentido figurado de referências a 144.000 selados (Apocalipse 7:4; 14:3). Erramos, também, quando não reconhecemos o uso de hipérbole, linguagem intencionalmente exagerada para enfatizar um ponto. Não podemos tratar hipérbole como linguagem literal sem cair em contradição. Por exemplo, as avaliações de Ezequias (2 Reis 18:5) e Josias (2 Reis 23:25) seriam contraditórias se a linguagem fosse literal. E a promessa a Abraão sobre descendentes tão numerosos como as estrelas e a areia do mar (Gênesis 22:17) não pode ser tratada como uma afirmação literal. O comentário de Jesus sobre o camelo e a agulha é mais um exemplo de exagero proposital.

(3) O perigo de interpretar um versículo de uma maneira que contradiga outros ensinamentos bíblicos. Outros trechos esclarecem o sentido. A dificuldade das riquezas vem nas prioridades (Mateus 6:19-21,24; Colossenses 3:1-5) e na confiança (Mateus 6:25-33; 1 Timóteo 6:17-19), não apenas na questão de possuí-las.

(4) O desafio principal das palavras de Jesus: o perigo de buscar ou confiar em riquezas. Talvez o maior perigo de todos seja o erro de não prestar atenção na lição que Jesus ensinou. Tantas pessoas buscam prosperidade, e tantos pastores incentivam estes desejos. Mas Jesus avisa que muitos perderão as suas almas por causa do dinheiro. Quer se tornar rico? Cuidado! Você está entrando numa área de grande perigo!

É errado romper um noivado?

Acontece com uma certa frequência, e muitos consideram normal desistir do casamento durante o período que conhecemos como noivado. Mas, outros têm perguntado se não seria pecado cancelar o casamento depois de ficarem noivos.


O noivado, como normalmente entendido na cultura atual, é uma expressão de intenção que quase sempre termina no casamento. Não é visto pelo governo como um contrato fechado, tanto que os dois continuam solteiros independentes até o casamento. Terminar o noivado não exige nenhum processo legal parecido com o divórcio. No geral, as pessoas entendem o noivado como uma afirmação de intenção, mas entendem que este período é um tempo para se preparar e refletir sobre a seriedade do compromisso do casamento.


No compromisso mais sério nos tempos bíblicos, quando os homens “desposavam” as mulheres como um passo para o casamento, ainda existia a possibilidade de terminar, como José pretendia fazer com Maria (Mateus 1:18-19).


Mesmo quando se trata de contratos legais, o Antigo Testamento aconselhava os fiéis a procurar uma saída honesta dos compromissos irrefletidos que trariam prejuízo (Provérbios 6:1-5). A solução foi pedir que a outra parte livrasse a pessoa do seu compromisso. É normalmente entendido que qualquer dos dois pode pedir cancelamento do noivado. Enquanto não firmar o compromisso do casamento, existe a possibilidade de terminar.


Antes de casar, ou até antes de ficar noivo, deve pensar bem nas implicações deste passo na vida. O casamento é para a vida toda: “Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal” (Romanos 7:2).


Há muitas coisas que devem ser examinadas antes de se casar, mas vamos resumir as questões em duas:


(1) Você está realmente preparado para assumir o compromisso do casamento e ser absolutamente fiel durante toda a sua vida?


(2) A pessoa com quem você quer casar está preparada para assumir e cumprir este mesmo compromisso?


Se respondeu “não” para uma ou as duas perguntas, não se case!


“Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Provérbios 19:2).


–por Dennis Allan

O Santuário e as Duas Testemunhas (Apocalipse 11:1-13)

O intervalo entre as sexta e sétima trombetas continua no capítulo 11 com mais duas cenas que mostram a proteção divina para os fiéis. O povo é protegido, mas não totalmente. Ainda sofrerão as agressões dos inimigos e podem até morrer, mas a vitória final pertence aos santos de Deus.

A Ordem para Medir o Santuário (11:1-2)

11:1 – Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram;

Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara: João continua a sua participação ativa, recebendo um caniço para medir.

Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram: O relato de João aqui não oferece detalhes, mas nos lembra da medição do templo em Ezequiel 40-42. Observamos, na lição 18, a importância das mensagens dos profetas em relação ao cumprimento do mistério de Deus, notando que o contexto de Ezequiel 37-39 mostra o domínio do Messias sobre as nações. Em Ezequiel 40-42, o profeta assiste enquanto um homem mede o templo. A visão de Ezequiel mostra o povo de Deus restaurado à glória e à proteção de Deus, o qual volta ao templo no capítulo 43.

Zacarias 2:1-5 apresenta outra visão de medição, esta vez de Jerusalém. Como nos intervalos do Apocalipse, o propósito da visão de Zacarias é assegurar os fiéis da proteção divina: “Pois eu lhe serei, diz o SENHOR, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória” (Zacarias 2:5).

Ao ouvir a ordem para medir o santuário, João e seus leitores, sem dúvida, lembrariam dessas passagens proféticas e do consolo que oferecem aos servos do Senhor.

O santuário de Deus, no Novo Testamento, é o povo do Senhor. Num texto que fala sobre a edificação da igreja, Paulo diz que os discípulos de Cristo são o santuário de Deus (1 Coríntios 3:16-17; cf. 2 Coríntios 6:16). A família de Deus, edificada sobre a pedra angular, é o “santuário dedicado ao Senhor” (Efésios 2:19-22). O templo não é um edifício feito com mãos, e sim uma casa espiritual (1 Timóteo 3:15). Esta casa espiritual é feita de pedras que vivem (1 Pedro 2:5-6).

João tira qualquer dúvida sobre o significado do santuário quando diz que a medição incluiria “os que naquele adoram”. Não se trata de medir uma estrutura física. Este templo é composto por adoradores, pessoas, os verdadeiros sacerdotes de Deus que adoram dentro do templo.

11:2 – mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.

Deixa de parte o átrio exterior..., porque foi ele dado aos gentios: A ordem para medir não somente oferece consolo, fala também de santificação. Os adoradores dentro do santuário são separados dos gentios no átrio. A palavra traduzida “gentios” aparece 22 vezes no Apocalipse, normalmente traduzida “nações” ou “povos”. Várias vezes, refere-se aos gentios na carne ou às nações em geral, como pessoas que ouvem o evangelho e recebem a oportunidade de serem salvas (5:9; 7:9; 14:6; 21:24-26; 22:2). Da mesma forma que palavras como judeu, circuncisão e Israel, no Novo Testamento, passam a identificar os servos de Cristo (Romanos 2:28-29), a palavra gentios, às vezes, representa os que não conhecem a Deus (1 Tessalonicenses 4:5; 3 João 7). Assim, vivemos “no meio dos gentios” (1 Pedro 2:12), mas não andamos como eles andam (Efésios 4:17; 1 Pedro 4:3). Neste sentido, a palavra gentios ou nações, em algumas das citações no Apocalipse, refere-se aos ímpios. São as nações seduzidas por Satanás para pelejarem contra o povo de Deus (20:7-9). São as mesmas que impedem o sepultamento das duas testemunhas (11:9-10) e que se enfurecem contra os servos de Deus (11:18). As nações apóiam a meretriz, Babilônia (17:15), são seduzidas pela feitiçaria dela (18:23) e se prostituem com ela (18:3). Jesus, porém, domina as nações com o cetro de ferro (12:5; 19:15). Os vencedores participam do reinado dele sobre os povos (2:26-27; 20:4,6).

Quarenta e dois meses: Este período sempre representa um tempo relativamente breve de tribulação ou sofrimento. É o mesmo período de “tempo, tempos e a metade de um tempo” (12:14; Daniel 7:25), de 1.260 dias (11:3; 12:6) ou de “três anos e seis meses” (Tiago 5:17). É a metade de sete anos, que representaria um período completo.

Calcarão aos pés a cidade santa: Há diversas interpretações da cidade santa.

Pré-milenaristas geralmente explicam que a cidade santa é Jerusalém (terrestre) e que o templo será reconstruído naquela cidade para o cumprimento desta profecia. Enfrentam inúmeras dificuldades com esta interpretação, que descarta totalmente os limites de tempo encontrados do começo ao fim do Apocalipse.

Outros acreditam que o Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C. e que fala da destruição do templo e da cidade de Jerusalém pelos romanos. Citam Lucas 21:24, onde Jesus usou linguagem semelhante para falar sobre a destruição de Jerusalém. Uma vez que entendem a cidade literal, procuram uma explicação literal do tempo de 42 meses. Aqui a situação se complica. Freqüentemente citam a duração da guerra entre os romanos e os judeus, dizendo que Nero enviou Vespasiano no início de 67 (fevereiro? – há dúvida sobre esta data) para vencer os judeus rebeldes e que o período de 42 meses termina com a destruição da cidade de Jerusalém em setembro de 70. Mas o exército romano não entrou em Jerusalém em 67. Vespasiano começou na direção de Jerusalém em 68, mas desistiu devido à morte de Nero. Tito cercou Jerusalém nos primeiros meses de 70, invadiu os muros por volta de abril ou maio, e destruiu a cidade em setembro. Assim, para dizer literalmente que calcaram aos pés a cidade literal de Jerusalém por 42 meses exige algumas explicações mais complicadas. Para defender esta posição é necessário, também, manter uma data para o Apocalipse antes de 70 d.C., contra outras evidências que ainda encontraremos.

O que é a cidade santa? Consideremos as evidências bíblicas. As expressões “cidade santa” ou “santa cidade”, em si, aparecem onze vezes na Bíblia. Neemias 11:1 e 18 identificam a cidade física de Jerusalém. Daniel chamou Jerusalém de “santa cidade” (9:24). Isaías repreende o povo de Israel que profanaram o nome da “santa cidade” (48:2). Mais tarde ele fala de “Jerusalém, cidade santa” (52:1). Lendo o capítulo todo, percebemos a ênfase na restauração espiritual do reino de Cristo sobre seu povo, da salvação que vem pela pregação do evangelho. Mateus usa esta expressão duas vezes (4:5; 27:53) para identificar a cidade literal de Jerusalém. As outras ocorrências se encontram no Apocalipse – aqui em 11:3, e algumas outras vezes no final do livro. Em 21:2, 10 e 22:19, ele claramente descreve o povo espiritual de Deus, a nova Jerusalém que desce do céu. Outras expressões semelhantes ajudam a entender este sentido espiritual. Apocalipse 3:12 fala da presença eterna do vencedor no “santuário do meu Deus” e na “cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu”. Paulo disse que a nossa mãe é a Jerusalém livre lá de cima e não a “Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos” (Gálatas 4:25-26). O autor de Hebreus disse: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial... e igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12:22-23).

Entendendo este sentido de Jerusalém espiritual ou celestial, como podemos entender estes primeiros versículos do capítulo 11? João mede o santuário de Deus, mostrando a intenção do Senhor de proteger o seu povo, mas ainda diz que a cidade santa será pisada pelos gentios durante três anos e meio. O povo fiel seria protegido, mesmo deixando a igreja ser perseguida por um período. Podem afligir a igreja, e até matar os corpos dos fiéis, mas não atingiriam os espíritos dos verdadeiros adoradores. “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma” (Mateus 10:28). A igreja pode ser calcada aos pés pelos perseguidores, mas eles nunca chegarão a destruir o santuário em si onde os sacerdotes adoram a Deus.

O Trabalho, a Morte e a Ressurreição das Duas Testemunhas (11:3-13)

11:3 – Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.

Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias: A ordem vem de cima. As testemunhas profetizam pela autoridade de Deus.

Quem são as duas testemunhas? Comentaristas têm oferecido diversas respostas a esta pergunta. Alguns procuram personagens específicas, até sugerindo a volta à terra de pessoas do Velho Testamento (por exemplo, Moisés e Elias ou Enoque e Elias). Outros sugerem o Antigo e o Novo Testamentos. Alguns dizem que são a Lei (de Moisés) e os Profetas (veja Lucas 16:29,31; 24:27; Atos 13:15; 24:14; Romanos 3:21 e outras passagens que falam sobre a Lei e os Profetas, mas considere também comentários de Jesus mostrando que estas revelações do Antigo Testamento já seriam ultrapassadas pelo evangelho – Mateus 11:13; Lucas 16:16). Outras possibilidades incluem profetas e apóstolos (Lucas 11:49) ou o Espírito Santo e os apóstolos (João 15:26-27; Atos 5:32).

Por não ter uma identificação específica neste trecho, talvez a resposta melhor se encontra no próprio contexto. Os primeiros versículos do capítulo falaram sobre a igreja, o povo de Deus. Cristãos fiéis são descritos como testemunhas ou pessoas que dão testemunho em outros versículos do livro (2:13; 6:9; 12:11,17; 17:6; 19:10; 20:4). Veremos um pouco mais sobre as testemunhas no versículo 4.

O tempo do trabalho deles, 1.260 dias, é igual a 42 meses (11:2) ou três anos e meio (usando o calendário de 12 meses de 30 dias). Este período, a metade de sete anos, normalmente descreve um período de tribulação e sofrimento. Seria um trabalho difícil, cheio de angústia (veja o significado de pano de saco abaixo), mas seria temporário.

Vestidas de pano de saco: Pano de saco é a roupa de lamentação e angústia, sentimentos opostos à alegria (Salmo 30:11; 35:13; 69:11; Ezequiel 27:31; Joel 1:8). Jacó se vestiu de pano de saco quando lamentou a suposta morte de José (Gênesis 37:34). Quando Acabe ouviu a condenação de sua casa, ele se lamentou em pano de saco, um gesto de angústia e humildade (1 Reis 21:27-29). Pano de saco acompanha o arrependimento em várias outras citações bíblicas (Neemias 9:1-2; Jonas 3:6-8; Mateus 11:21; Lucas 10:13). Ezequias se vestiu de pano de saco quando buscou a libertação de Jerusalém diante da ameaça assíria (2 Reis 19:1-3). O pano de saco das duas testemunhas sugere a mensagem difícil e a lamentação delas em pronunciar a mensagem do Senhor, uma mensagem que certamente condenava os perversos.

11:4 – São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra.

São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra: Esta linguagem nos lembra da visão de Zacarias 4 (leia o capítulo). As duas oliveiras que alimentavam de azeite o candelabro são identificados como “os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra” (4:14). No Velho Testamento, sacerdotes e reis foram ungidos (Levítico 8:12,30; 1 Samuel 10:1; 16:1,13). No Novo Testamento, os cristãos são o “reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai” (1:6), o “sacerdócio real” (1 Pedro 2:9). Apoiando a interpretação das duas testemunhas como a igreja é a expressão acrescentada aqui, “os dois candeeiros”. No Apocalipse, os candeeiros representam as igrejas (1:20). Os candeeiros no templo sempre ficavam acesos diante de Deus, como os cristãos brilham diante do Senhor como a luz do mundo (Mateus 5:14-16; Efésios 5:8;1 Tessalonicenses 5:5).

11:5 – Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer.

Se alguém pretende causar-lhes dano: Agora entram os perseguidores, aqueles que queriam causar danos aos servos de Deus.

Sai fogo da sua boca e devora os inimigos: É uma visão num livro que emprega uma grande variedade de símbolos. O fogo da boca das testemunhas não é literal, mas representa o poder dos servos de Deus de persistir no seu trabalho, apesar da oposição dos inimigos. A figura nos lembra de vários profetas do Velho Testamento. Moisés e Arão enfrentaram seus adversários no Egito com uma série de pragas devastadoras (Êxodo 7-12). Quando Acazias, rei de Israel, tentou prender Elias, fogo desceu do céu e consumiu os soldados do rei (2 Reis 1:1-14). Os servos de Nabucodonosor que tentaram matar os amigos de Daniel foram consumidos pelo fogo da fornalha (Daniel 3:19-22). Deus está com as testemunhas e lhes dará a vitória. Os adversários devem morrer. Sabemos que a perseguição começou pouco tempo depois do início da igreja. Alguns discípulos foram presos, e alguns morreram (Estêvão – Atos 7; Tiago – Atos 12; etc.). Mas o trabalho da divulgação do evangelho continuou praticamente sem empecilho, e a palavra circulou pelo mundo inteiro nas primeiras três décadas (veja Colossenses 1:23).

11:6 – Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.

Elas têm autoridade para fechar o céu: Como fez Elias durante o reinado de Acabe (1 Reis 17:1; Tiago 5:17-18).

Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos: Como fizeram Moisés e Arão no Egito (Êxodo 7-12).

Deus equipa seus servos com poder para vencer os inimigos. Deus agiu durante o ministério dos apóstolos através de milagres que demonstraram o poder divino e confundiram os inimigos (Atos 5:17-21; 12:6-24; 16:23-26; 19:13-17). Paulo cegou Elimas, um “inimigo de toda a justiça” (Atos 13:9-11) e expulsou o espírito adivinhador da jovem em Filipos (Atos 16:16-18). O período apostólico foi caracterizado pelo crescimento do evangelho: “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” (Atos 4:33). “Crescia a palavra de Deus” (Atos 6:7). “Assim, a palavra do Senhor crescia e prevaleceu poderosamente” (Atos 19:20). O maior poder dado aos discípulos vem da própria palavra pregada. O evangelho “é o poder de Deus para a salvação” (Romanos 1:16). As armas espirituais são “poderosas em Deus, para destruir fortalezas...e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus” (2 Coríntios 10:3-6). A palavra de Deus é “a espada do Espírito”, usada “contra as forças espirituais do mal” (Efésios 6:10-17). Esta espada é “mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” (Hebreus 4:12).

11:7 – Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará,

Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar: Este trecho obviamente não fala do término final da missão da igreja, pois já usou a figura de um período curto (1.260 dias). Chegando ao ponto determinado por Deus, e tendo cumprido a sua responsabilidade de testemunhar, Deus permitiria que a cena continuasse. Embora tenhamos sempre trabalho para fazer, é possível encerrar uma determinada missão (Lucas 10:10-12; Atos 13:46-47). Deus determinou uma missão de tempo limitado para os seus servos, e deixou o inimigo mostrar seu poder limitado somente quando a missão fosse encerrada.

A besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá e matará: Esta besta se tornará importante nos próximos capítulos. Ela sobe do mar (13:1) ou do abismo (11:7; 17:8) e peleja contra os santos e os vence (13:7). Mas a sua vitória não é final nem completa, pois será vencida pelo Cordeiro e seus servos (17:12-14). Aqui, porém, a besta aparece e, por enquanto, vence as testemunhas do Senhor.

11:8 – e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.

E o seu cadáver ficará estirado na praça: O cadáver (cadáveres – 11:9) das testemunhas não é tratado com nenhum respeito pela besta e seus servos. Os corpos ficam na rua como troféus da vitória sobre os fiéis (veja o desrespeito mostrado pelos filisteus quando mataram Saul – 1 Samuel 31:8-10).

Da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado: Este versículo é um dos mais polêmicos do livro. Qual cidade? É uma cidade específica, ou linguagem que representa algo maior? Claramente a descrição usa linguagem simbólica, pois qualquer interpretação literal cairia em diversas contradições. Sodoma foi destruída há milhares de anos. Egito é um país, não apenas uma cidade. Jesus foi crucificado em Jerusalém, nem em Sodoma e nem no Egito. O que estes símbolos representam?

Sodoma e Egito aparecem somente neste versículo no livro do Apocalipse, mas são citados freqüentemente em outros livros da Bíblia. Vamos ver o significado destes lugares.

Sodoma: Depois de sua destruição (Gênesis 19), Sodoma serve como exemplo de destruição e castigo divino, ou de pecado aberto e perversidade exagerada. “...como Sodoma, publicam o seu pecado e não o encobrem. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos” (Isaías 3:9). “Porque maior é a maldade da filha do meu povo do que o pecado de Sodoma, que foi subvertida como num momento, sem o emprego de mãos nenhumas” (Lamentações 4:6). “...como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição” (Judas 7). Veja também: Deuteronômio 32:32-33; Isaías 1:9-10. Sodoma seguramente representa pecadores que merecem castigo.

Egito: Muitas citações bíblicas referem-se à nação ou à terra do Egito. Quando usado simbolicamente, o Egito sugere pecado, idolatria, imundícia, escravidão e rejeição de Deus. Quando o povo de Israel chegou à terra prometida e fez a circuncisão dos homens, Deus disse: “Hoje, removi o opróbrio do Egito” (Josué 5:9). A terra do Egito foi conhecida como a casa da servidão (Josué 24:17; Judas 5), uma figura empregada no Novo Testamento para descrever a escravidão ao pecado (Atos 7:39-40; Hebreus 3:16 e, implicitamente, em 1 Coríntios 10:1). O Egito oprimiu o povo de Deus, e serve como uma figura apropriada dos perversos que oprimiam e perseguiam os cristãos na época de João.

Sodoma e Egito, então, representam as idéias de pecado, perversidade, rejeição de Deus e opressão dos fiéis. Resumindo, representam a sociedade ímpia que se colocou em oposição ao povo do Senhor, perseguindo os servos de Jesus. E a terceira descrição? O que quer dizer “onde também o Senhor foi crucificado”? Algumas pessoas, mesmo aceitando o significado simbólico de Sodoma e Egito, sugerem uma interpretação literal desta frase e concluem que Jerusalém fosse um dos principais objetos da ira de Deus no Apocalipse. É claro que Jesus foi crucificado em (ou perto de) Jerusalém. Mas, num sentido maior, ele foi crucificado pelo mundo – pelo povo ímpio – que não o aceitou. O relato do evangelho do mesmo autor destaca esta rejeição pelo mundo, não somente por Jerusalém: “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu” (João 1:10). É interessante observar que mais de um terço das ocorrências da palavra “mundo” na Bíblia toda se encontram nos livros de João. A vitória aparente do mal sobre Jesus trouxe tristeza aos discípulos e alegria ao mundo (João 16:19-20). O lugar onde o Senhor foi crucificado foi no mundo, no meio de uma sociedade rebelde que o rejeitou porque preferia permanecer nas trevas. A mesma sociedade que odiava o Mestre, também odiaria os discípulos: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim” (João 15:18). Regozijaram-se na vitória aparente sobre Jesus, e fariam uma grande festa quando vencerem, aparentemente, as testemunhas dele. Mas nenhuma das duas vitórias foi real.

11:9 – Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados.

Muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas: Pessoas de todas as nações, ou seja, pessoas do mundo em geral, contemplam os corpos mortos das testemunhas do Senhor. A descrição usada aqui é quase a mesma encontrada algumas outras vezes no livro para identificar a sociedade em geral, ou as pessoas de diversas nações. A grande multidão que adora a Deus diante do trono vem de “todas as nações, tribos, povos e línguas” (7:9). João foi encarregado de profetizar “a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis” (10:11). A meretriz Babilônia se assenta sobre “povos, multidões, nações e línguas” (17:15). Esta linguagem denomina as pessoas do mundo ou da sociedade em geral. Algumas dessas pessoas aceitam as bênçãos que vêm pelo descendente de Abraão e, assim, fazem parte da multidão de adoradores diante do trono. Outras seguem a meretriz e se regozijam com as vitórias passageiras sobre os servos do Senhor. Muitos (mas não todos – 7:9) dentre os povos olham para os corpos dos servos mortos.

Por três dias e meio: Não há dúvida. Estão mortas. Os corpos já estariam com o mal cheiro da decomposição. Mas há mais aqui. Três dias e meio, a metade de sete dias, novamente representa um período curto, um tempo de angústia para os fiéis que sofrem das perseguições. Mas, a “vitória” da besta não dura por muito tempo. Somente as pessoas com miopia espiritual serão enganadas por esta falsa vitória.

E não permitem que esses cadáveres sejam sepultados: Os ímpios querem o proveito máximo desta “vitória” sobre os servos de Deus. Deixam os corpos expostos para mostrar o seu poder sobre os justos. O que eles não entendem, ainda, é que a morte não é o fim para os servos de Deus. Os vencedores não sofrem “dano da segunda morte” (2:11). Também não entendem como o orgulho da festa desta falsa vitória ajudará a salientar a vitória verdadeira dos servos do Senhor. O que acontecerá nos versículos 11 e 12 será visível a todos!

11:10 – Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra.

Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles: Quando a besta mata os servos do Senhor, os ímpios fazem a festa. A prática de enviar presentes é uma maneira de expressar alegria em ocasiões especiais (veja Neemias 8:9-10). Aqui, os perversos fazem uma festa de vitória. Há uma verdadeira guerra, uma luta entre o bem e o mal, e os malfeitores se regozijam com qualquer vitória, mesmo de pouca duração, sobre o bem. Freqüentemente, os ímpios acham que suas “vitórias” sirvam para libertar pessoas oprimidas por regras desnecessárias de religiões ultrapassadas. Oferecem a liberdade para satisfazer qualquer desejo sexual, ou a liberdade para tirar a vida de crianças antes de elas nascerem, ou a liberdade para exigir o respeito de outros mesmo quando praticam coisas que desprezam os princípios de decência daqueles que seguem a Deus. Prometem liberdade, mas são escravos da corrupção (2 Pedro 2:19).

Porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra: Aqui revela o motivo do assassinato. Os dois profetas atormentaram os ímpios. Como? Eles pregaram a verdade! A palavra de Deus atormenta os malfeitores, tirando o sossego daqueles que recusam se submeterem ao Senhor. Este é o lado amargo da pregação do evangelho. Por isso, os pregadores fiéis são odiados pelo mundo (Mateus 10:22). Paulo sofreu perseguições e avisou que os piedosos seriam perseguidos por homens perversos (2 Timóteo 3:10-13).

11:11 – Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo;

Depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus: Foram três anos e meio de profecia e três dias e meio de falsa vitória dos ímpios antes da vitória real das testemunhas de Deus. O Senhor manda um espírito de vida, pois ele é a verdadeira e única fonte de vida. Um tema constante nas Escrituras é o contraste entre a vida e a morte (Deuteronômio 30:15; Mateus 7:13-14; etc.). A vida é sempre ligada a Deus, e a morte sempre ligada ao pecado. A palavra vida aparece mais nos livros de João do que nos escritos de qualquer outro autor no Novo Testamento. João emprega esta palavra com um rico significado espiritual, a partir do prólogo de seu evangelho: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (João 1:4). A vida própria é uma qualidade divina: “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (João 5:26). Jesus oferece a vida aos homens, dizendo: “Eu sou o pão da vida” (João 6:48) e oferecendo a água viva (João 4:10-11). Acrescenta: “Eu lhes dou a vida eterna” (João 10:28) e “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25). Resumindo o seu papel essencial para a salvação dos homens, ele diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Na sua primeira carta, João descreve Jesus como o “Verbo da vida” (1:1) e o identifica como “a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada” (1:2). Sem o Pai e o Filho, a vida se torna impossível: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (5:11-12).

Paulo desenvolveu o mesmo tema em diversos comentários nas suas cartas: “...a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Colossenses 3:3-4). Ele disse que Jesus “...não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2 Timóteo 1:10).

A vida vem de Deus.

Neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés: O espírito de vida enviado por Deus ressuscitou as testemunhas. A vitória da besta e dos perversos acabou! Que conforto aos discípulos do Senhor na Ásia ou em outros lugares onde a perseguição ameaçava matá-los! Poderiam até morrer, mas a morte não teria a vitória final sobre os fiéis. Eles são os vencedores (2:11). Este versículo serve para encorajar os servos de Deus em qualquer época, enfrentando qualquer ameaça do inimigo. Podem sofrer; podem até morrer. Mas, no final, ficarão de pé, vitoriosos!

E àqueles que os viram, sobreveio grande medo: A festa acabou! A vitória dos ímpios não durou, era falsa. Agora os perversos percebem que seu adversário é realmente invencível. Nem a morte segura os servos de Jesus! “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?.... Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:55-57). Os perseguidores têm todo motivo para sentir medo. Perderão!

11:12 – e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.

As duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui: Mais uma grande voz. As testemunhas ouviram esta voz, mas não sabemos se os adversários a ouviram. A voz chamou os servos vitoriosos a subirem para o céu. Missão cumprida!

E subiram ao céu numa nuvem: Sobre o significado de nuvens, veja os comentários na lição 18 sobre 10:1. As testemunhas, depois de sua ressurreição, subiram como Jesus subiu (Atos 1:9). Na segunda vinda de Jesus, os fiéis subirão “entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares” (1 Tessalonicenses 4:17).

E os seus inimigos as contemplaram: Que cena triste para os inimigos de Deus. As testemunhas, não contidas pela morte, agora somem de vez. A besta que surgiu do abismo e parecia tão forte se mostra incapaz de vencer os servos de Deus. O resto do livro mostrará, com mais detalhes, esta certeza da vitória dos fiéis sobre seus adversários ímpios. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1 João 5:4-5).

11:13 – Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.

Houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas: Já encontramos terremotos como símbolos do castigo divino. Este terremoto afeta a décima parte da cidade e causa a morte de 7.000 pessoas. Como as primeiras trombetas, este castigo também não é final e total, mas a retirada das testemunhas de Deus traz conseqüências graves para a cidade mundana, a sociedade dos ímpios.

As outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu: Ficaram com medo, mas o texto não diz que se converteram. Nabucodonosor, impressionado com a interpretação do seu sonho por Daniel, reconheceu o Senhor como “o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis” (Daniel 2:47) mas ainda fez a sua imagem de ouro e exigiu que os homens a adorassem (Daniel 3) e se exaltou ao ponto de ser humilhado por Deus (Daniel 4). É possível dar glória a Deus sem se converter a ele.

Conclusão

Antes de completar a série de sete trombetas, Deus frisou vários fatos importantes nas cenas do intervalo. Além dos pontos observados na lição 18 (capítulo 10), observamos mais estes fatos:
ŒDeus identifica (mede) e protege o seu povo mas, ao mesmo tempo, Ele deixa os ímpios pisar, perseguir e até matar os seus servos. Ž No final, os fiéis terão a vitória e os perversos serão totalmente derrotados. Na próxima lição, ouviremos a sétima trombeta. Se as primeiras seis já demonstraram o poder de Deus por meio de castigos severos, podemos imaginar o que vem pela frente.

Perguntas

1. No início do capítulo 11, João foi instruído a medir o que?

2. Por que não mediu o exterior do santuário?

3. Qual o significado de 42 meses? De 1.260 dias?

4. Por que as testemunhas usaram pano de saco?

5. Descreva o poder das testemunhas durante os 1.260 dias de seu trabalho.

6. Quem matou as duas testemunhas?

7. Como o mundo reagiu quando as testemunhas foram mortas?

8. O que interrompeu a festa dos perversos?

9. No final deste intervalo, onde estão as testemunhas? O que está acontecendo na terra?

10. O que aprendemos, deste capítulo, sobre a consolação?

Respostas

As respostas serão as suas. Para responder basta postar aqui a sua resposta e vamos aprender juntos.
Obrigado pela sua participação e espero estar te ajudando.

11 de set. de 2009

Certa vez ouvi dizer que www é o mesmo que 666 em outra língua. Se é verdade, em qual língua?

O número 666 não há nada a ver com www. No livro do Apocalipse de João (Revelação), em 13,18, lemos: Aqui é preciso discernimento! Quem é inteligente calcule o número da Besta, pois é um número de homem: seu número é 666!. Lembremos que a linguagem do Apocalipse é cheia de símbolos e é preciso ter a mente em contato com o ambiente do autor para entender bem essa simbologia e não nos deixar levar por hipóteses fantasiosas.

Pra entender bem o significado deste número, primeiro de tudo, é necessário que entendamos o sentido da “Besta”. Aparece diversas vezes no livro do Apocalipse e, considerando sobretudo o capítulo 17, o seu sentido é bastante claro: trata-se do império romano. Como o Império Romano, a Besta vem do Mar (Mediterrâneo) e representa todas as forças dirigidas contra Cristo e a Igreja.

Vejamos mais de perto o sentido de 666. Os gregos (e também os judeus), não usando números árabes, usavam as letras do alfabeto também para indicar números. As 24 letras do alfabeto grego, mais 3 símbolos gráficos não mais usados, normalmente seguidas por uma aspa, serviam para indicar os números. Desse modo, cada letra é um número. E cada palavra tem também um valor numérico, graças à soma dos valores das letras que a compõem. No ambiente cristão, por exemplo, se sabe que o nome de Jesus (iesous) tem o valor numérico de 888.

Embora algumas discordâncias, existe bastante acordo que o número 666 tem por trás o nome de Nero César. Em hebraico esse nome deve ser transliterado em nrwn qsr, cujo valor numérico em hebraico é 666.

Por outro lado reduzir o número 666 unicamente ao imperador Nero é limitar a mensagem de João. Provavelmente, na mente de João, O império romano era a encarnação do mal, pois perseguia os cristão, mas hoje creio que o número 666 deva ser referido, em modo simbólico, a toda realidade má, que afasta de Deus e dessa forma mantemos viva a visão profética do Apocalipse.

Resposta de Luiz da Rosa - Em 20/07/2008

Uma reflexão sobre o céu

Será que o céu existe? Se existe onde ele está? Será que é apenas o firmamento que está lá em cima? O presente artigo busca dar uma resposta a estas e outras perguntas. No decorrer do mesmo procuramos demonstrar que o céu não é apenas uma realidade que começa aqui e agora. Trata-se sim de um estado de vida que começa aqui e continua depois na eternidade. O céu antecipado aqui na terra nada mais é do que a experiência de comunhão que fazemos com Deus, conosco mesmos, com o nosso próximo e com toda a criação.

1. Abordagem inicial
Estamos iniciando nossa reflexão sobre o céu. Mas antes de iniciá-la, uma pergunta se faz indispensável: o que nos vem em mente quando inicialmente e na maioria das vezes ouvimos tal palavra? De imediato, a primeira imagem que geralmente temos é a do céu que está sobre nós. Ele é azul, às vezes está nublado com nuvens brancas ou cinzas e não pode ser bem visualizado. A criança desde cedo aprende com a mãe a falar «papai do céu». E quando pergunta onde está Deus, a resposta dada é: «lá em cima, no céu!» Mas também sabemos que além do azul celeste existem várias camadas como a cromosfera, estratosfera etc. Temos o espaço sideral, a camada de ozônio, o assim chamado buraco negro etc. O que surge nesse caso é uma visão recebida por meio das informações dadas pela ciência e tecnologia.
Mas onde está Deus nisso tudo? Pois afinal de contas dizemos que ele está no céu! Na verdade ele também está presente nisso tudo, pois é o autor de toda a criação, a qual foi feita com perfeição (cf. Gn 1,31). Porém, o céu não é apenas uma realidade que está lá em cima, é um estágio de vida que começa aqui em baixo, na terra. Deste modo, o céu não é apenas um estado de vida que existe após a morte, mas começa aqui, embora ainda não seja experimentado de modo definitivo e perfeito. Assim, não quer dizer que tudo será destruído com a morte: «a nossa comunicação com outras pessoas e as nossas relações com elas não serão destruídas pela morte» .
Na maioria das vezes, ao depararmo-nos com a palavra céu, pensamos também em um estado de vida onde tudo é perfeito. Imaginamos um mar de rosas. Um lugar onde a natureza é linda, com plantas, flores, água correndo e frutos em abundância: «a imaginação poética de Efrém vai além da prometida ressurreição. Em seus Hinos do paraíso, descreve as alegrias do céu em cenas de rica e delicada beleza cuidadosamente esculpidas» . Trata-se de um lugar de delícias, com manjares apetitosos e fontes que jorram leite e mel. No mesmo não há dor, dificuldades, enfim, nenhum sofrimento. Não se conhece o ódio, a inveja, o rancor. Não existe nem mesmo a infidelidade ou a corrupção. Todas as pessoas são perfeitas, não há lugar para a doença e reina a paz e a tranqüilidade.
Na verdade, o céu é um lugar de paz e tranqüilidade, porém não se trata apenas disso. Eternamente falando, podemos imaginar o céu como algo perfeito, sem sofrimento, porém, nesta vida, podemos também experimentá-lo mesmo diante do sofrimento e da dor.
A auto-suficiência que faz com que nos encaminhemos sem Deus, não se faz presente nessa imagem que temos do céu. O orgulho que nos afasta do Criador e do próximo não encontra morada nesse estado de vida . Isto porque se vive em perfeita comunhão com Deus . Assim, «Deus chamou e chama o homem para que ele, com a sua natureza inteira, faça sua adesão a ele na comunhão perpétua da incorruptível vida divina» .
Mas, neste modo de ser, não se vive em comunhão apenas com Deus. A comunhão também se faz presente conosco mesmos, com o próximo, enfim, com todas as criaturas.
A comunhão conosco mesmos é dada por um modo de ser que não conhece a divisão. Nessa integração nos aceitamos e vivemos em paz conosco.
A partir da comunhão consigo, o ser humano vive em comunhão com o seu próximo onde não se conhece o ódio, o rancor, a vingança, enfim, tudo aquilo que nos destrói e destrói também o outro.
A comunhão com todas as criaturas se dá pela disposição em não destruí-las, mas usá-las para os devidos fins. A partir da mesma a natureza não se volta contra o ser humano, vingando-se dele.
Até aqui tivemos algumas informações e idéias sobre o céu. Algumas verdadeiras, outras não bem fundamentadas. Deste modo, devemos procurar colocar entre parênteses todos os nossos preconceitos sobre este estado de vida, para que possamos entender o seu sentido originário . Assim sendo, vamos primeiro refletir um pouco sobre o céu como realidade concreta que começa já neste mundo e, em seguida, passaremos a refletir sobre o mesmo como um estado de vida que continua após a morte.
Este estágio de vida que chamamos de céu, e que sempre se apresenta em nossa visão como um lugar de perfeição, existe sim . Na verdade, o que imaginamos é porque um dia existiu, pode ainda existir, ou continuará existindo. No fundo, ao referirmo-nos ao céu, temos também em mente a imagem do paraíso perdido: «o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado» (Gn 3,23).
A partir da expulsão do ser humano do paraíso, o mesmo só poderá ser reencontrado por meio do sacrifício de Jesus na cruz: «e disse-lhe Jesus: “em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”» (Lc 23,43). A sua plenitude será vivida somente na eternidade. Enquanto caminheiros neste mundo, o mesmo só pode ser experimentado vez ou outra, antecipando o que será depois, mesmo em meio aos sofrimentos.
É assim que, inicialmente, a humanidade é criada à imagem e semelhança de Deus . O ser humano, uma vez colocado no paraíso, não conhece a divisão. Há sim uma perfeita comunhão entre ele e Deus . A humanidade contenta-se com Deus e, de modo obediente, o serve: «o Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar. E o Senhor Deus deu ao homem este mandamento: “podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás que morrer”» (Gn 2,15-17).
Nesse estado de vida, a humanidade não sabe nada acerca do bem e do mal. Vive depositando toda a sua confiança no Criador. O ser humano deixa-se conduzir por ele numa entrega total em suas mãos. Na adesão plena a Deus, lhe é submisso. Reconhece sua dependência do Pai. Trata-se de um estágio de vida onde se vive a plena comunhão . Faz-se presente a experiência da verdadeira liberdade dos filhos de Deus: «o ser humano, em sua origem, só sabe de uma coisa: Deus. A outra pessoa, as coisas, a si mesmo ele só conhece na unidade de seu saber de Deus. Conhece tudo só em Deus e Deus em tudo» . A partir desse modo de viver, o ser humano não coloca nenhuma pergunta ao Criador, mas floresce como a flor, por florescer sem querer saber o por quê de tudo .
Mas como seria o céu depois desta vida aqui na terra? O céu na eternidade nada mais é do que a continuação do estado de comunhão já experimentado aqui na terra. Mas não se tratará de uma comunhão estática. Tratar-se-á de uma vida que continuará tendo sua dinâmica própria, porém, transfigurada: «céu é vida em plenitude e, onde há vida, ali há dinâmica, a dinâmica da vida, que é vitalidade, felicidade e amor» . É por isso que Jesus nos dá uma idéia da vida no céu que começa aqui na terra: «nunca mais beberei do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo do reino de Deus» (Mc 14,25). Temos também a imagem de uma festa de casamento: «porém, ele lhe disse: “um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: vinde, que tudo já está preparado”» (Lc 14,16-17) .
A diferença é que, como aqui na terra temos apenas uma antecipação do que será depois, pois não podemos viver neste estado de comunhão perfeitamente, após a morte o experimentaremos de modo eterno, sem fim: «e irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna» (Mt 25,46). O que não se dá por acaso, pois o ser humano é chamado por Deus para dar-lhe a sua adesão na comunhão plena . Nesse estado de vida poderemos plenamente contemplar Deus face a face: «porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido» (1Cor 13,12) . Este era o maior sonho de são Francisco de Assis. A morte para ele era bem-vinda porque era a única possibilidade que tinha para contemplar face a face, eternamente, o Deus que em vida podia às vezes experimentar: «depois disso, o santo levantou as mãos para o céu e louvou a Cristo porque, livre de tudo, já estava indo ao seu encontro» . Deste modo, Deus «também é o último fim e a plenificação desta existência. Céu é isso: união íntima, infinita eterna com aquele que nosso coração já buscava, muitas vezes sem o saber» . No seu ser-para-a-morte o ser humano encontra seu repouso definitivo: «como um ser-no mundo lançado neste mundo, o ser-aqui está entre a sua morte. Sendo-para-a-morte, o ser-aqui morre de fato e morre continuamente, enquanto não cessar de existir» .
No céu, Deus nos espera com uma ternura infinita: «então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras» (Ap 21,3-5).
Contudo, não se trata de um encontro onde reina apenas uma paz eterna, mas uma vida grandiosa e empolgante, uma tempestade de felicidade que nos arrebata .
Após esta abordagem inicial passaremos a refletir sobre a compreensão do céu nos Antigo e Novo Testamentos.

2. A compreensão vetero-testamentária do céu

Até aqui temos feito uma abordagem sobre a compreensão que, inicialmente e na maioria das vezes, se tem do céu. Procuramos também buscar uma compreensão mais originária do mesmo. De agora em diante, passaremos a refletir sobre a compreensão do céu nos Antigo e Novo Testamentos.
É importante esclarecer que, mesmo já tendo dado algumas fundamentações bíblicas sobre o céu até o presente momento, a partir de agora passaremos a aprofundá-las ainda mais.

2.1 O céu em sentido cosmológico

O céu, em sentido cosmológico, era imaginado no AT como um firmamento sólido onde o Senhor se encontra sentado: «ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para neles habitar» (Is 40,22). Antes de formar o ser humano, o mesmo Criador formou o firmamento celeste: «assim diz o Senhor, teu redentor, e que te formou desde o ventre: “eu sou o Senhor que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo”» (Is 44,24). Trata-se do céu no sentido da criação. Porém, no NT, veremos que Jesus Cristo fará surgir novos céus e novas terras por meio de sua obediência até à morte.
Segundo a concepção judaica, acima das águas superiores fica a morada celeste de Deus. O firmamento ou o céu fica abaixo das mesmas. O firmamento tem a semelhança de uma tigela emborcada, sustentada por colunas. As águas superiores caem sobre a terra com chuva de neve através das aberturas (comportas) na abóbada. Rodeada de água, ou seja, pelos mares, se encontra a terra, a qual é uma plataforma sustentada por colunas e pelas águas. As águas inferiores se encontram por baixo e ao redor das colunas. Na morada dos mortos, chamada também «infernos», se localiza o xeol. Os povos pagãos que moravam nas circunvizinhanças tinham esta mesma concepção pré-científica do universo.

2.2 O céu em sentido teológico

Em sentido teológico, o céu é a morada de Deus: «assim diz o Senhor: “o céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?”» (Is 66,1). O seu trono está acima do firmamento: «e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade» (Ex 24,10; cf. Sl 104,3). Contudo, Deus não ficará apenas sentado no seu trono, assistindo o desenrolar da história humana, pois no NT assumirá a nossa condição humana por meio de Jesus Cristo.
Deste modo, não se deve imaginar que Deus está circunscrito apenas à sua morada. Por causa de sua onipotência e onipresença, ele se encontra em toda parte: «mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado» (1Rs 8,27). Assim, Deus não habita apenas lá no céu, mas está presente em toda a criação. Na plenitude dos tempos ele vem habitar entre nós através da Palavra que se fez carne (Jo 1,14).
E uma vez habitando não somente no céu, mas em toda parte, Deus condivide sua vida divina com os eleitos na eternidade . A nova Jerusalém é figura desta realidade: «naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel. E acontecerá que aquele que for deixado em Sião, e ficar em Jerusalém será chamado santo; todo aquele que estiver inscrito entre os viventes em Jerusalém» (Is 4,2-3). A figura do novo templo, da Sião reconstruída e da montanha santa, também representa a imagem do céu condividido por Deus com seus eleitos: «e farei com eles uma aliança de paz; e será uma aliança perpétua. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E os gentios saberão que eu sou o Senhor que santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para sempre» (Ez 37,26-28). O que confirma teologicamente que Jesus vem para fazer novas todas as coisas e resgatar o paraíso perdido para todos. O tabernáculo nada mais é do que o Santíssimo que tem permanecido no meio do povo de Deus ao longo dos anos. A nova e eterna aliança é firmada pelo sangue de Jesus Cristo derramado para o perdão dos pecados de todos.

3. A compreensão neo-testamentária do céu

O céu, no NT, está relacionado com o próprio nome de Deus: «assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus» (Mt 5,16). Mesmo estando nos céus ele é o nosso Pai. A adoção filial nos foi dada por meio de Jesus Cristo, o qual nos ensinou que agora temos um Pai nos céus. O que confirma que Deus não ficou apenas nos céus, mas veio fazer morada em nosso meio. A oração do Pai-Nosso também revela o resgate da relação entre o ser humano e Deus: «portanto, vós orareis assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome”» (Mt 6,9). Uma vez que Deus é nosso Pai, somos todos irmãos e por isso, se vivermos em comunhão, anteciparemos o céu aqui na terra: «nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). Este é o sinal que todo cristão deve trazer na fronte.
Além de Deus e dos seus eleitos que habitam no céu, nele também está Cristo, nossa esperança: «tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, quais as riquezas da glória da sua herança nos santos e qual a excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus» (Ef 1,18-20) . E assim como ressuscitou Jesus, ele também nos ressuscitará: «isso significa que o próprio Deus abre para a pessoa novas dimensões de vida, dimensões que chamamos salvação, dimensões que chamamos céu» .
Os eleitos devem buscar as coisas do alto, onde ele se encontra: «portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus» (Cl 3,1-2). O que quer dizer que o ser humano deve viver na terra em conformidade com a Palavra de Deus para que possa participar de sua glória. Numa palavra, somos chamados a buscar as coisas do alto desde já, aqui na terra, antecipando o que será na eternidade .
Jesus Cristo promete que preparará muitas moradas para os eleitos de Deus: «não se turbe o vosso coração; credes em Deus, credes também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também» (Jo 14,1-3). E ele preparou um lugar para nós no céu não como quem prepara uma casa para outro aqui na terra, ou mesmo uma hospedagem, mas dando a sua própria vida na cruz. Assim, para habitar nas moradas eternas do céu, será necessário deixar que ele faça morada em nossas vidas (cf. Jo 14,23).
Deste modo, a nossa herança já nesta vida e também na outra, graças a Jesus Cristo, é o céu: «mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas» (Fl 3,20-21; cf. Cl 1,5). O paraíso perdido não passou a ser uma realidade do passado evaporada no tempo e no espaço, mas sim uma meta . E se trata de uma herança que não se corrompe: «bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós» (1Pd 1,3-4). Portanto, ao invés de ajuntar tesouros na terra somos chamados a ajuntá-los no céu: «mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam» (Mt 6,20). O que é motivo de alegria para nós: «mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus» (Lc 10,20). Desde já, então, os nomes daqueles que são enviados por Jesus Cristo e cumprem sua missão, possuem a certeza da comunhão com ele nos céus. E a alegria nossa pode se dar mesmo em meio às tristezas por causa da perseguição dos nossos inimigos.
No céu não haverá mais choros ou ranger de dentes, pois viveremos de Deus: «amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos» (1Jo 3,2). Deste modo, é necessário termos confiança e perseverar: «por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor porque andamos por fé, e não por vista. Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor» (2Cor 5,6-8).
Uma vez habitando com Cristo nos céus, cantaremos um canto novo: «e cantavam um novo cântico, dizendo: “digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”. E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, que com grande voz diziam: “digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças”» (Ap 5,6-12). Canto que somos convocados a cantar desde já, na terra, a partir da comunhão com ele.
O número dos assinalados que farão parte da morada celeste é infinito: «e vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: “não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus”. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel”» (Ap 7,2-4). E somente estes poderão louvá-lo: «e olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai. E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra» (Ap 14,1-3). Cento e quarenta e quatro mil aqui não quer dizer um número exato, mas infinito. Alguns dizem que se trata do número 12 que representa as 12 tribos de Israel no AT, multiplicado pelo número dos apóstolos (12). O resultado é 144 que multiplicado por 1000, número que indica o infinito, soma 144.000.
Todos os bons farão parte da vida celeste quando Jesus vier na sua glória para julgar o mundo: «e quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: “vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me”» (Mt 25,31-36). Uma vez sendo um instrumento nas mãos de Deus eles nem mesmo terão consciência do bem que fizeram: «Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?» (Mt 25,37-39). Na verdade, em vida procuraram servir somente a Deus, por isso se reconheciam como inúteis: «assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer» (Lc 17,10). Então, tudo o que faziam era atribuído como sendo obra de Deus realizada por meio deles.
Os que forem colocados à direita receberão o prêmio da vida eterna, viverão em comunhão plena no reino dos céus . Ao contrário, os que forem colocados à esquerda irão para o castigo eterno, recebendo como paga o inferno por tê-lo antecipado em vida. Isto porque «seria conveniente para muitos senhores se com a morte tudo fosse pago; se a dominação dos senhores, se a servidão dos servos fossem ratificadas para sempre. Seria conveniente para muitos senhores se eles eternamente continuassem senhores em túmulos particulares e caros e os seus servos, em valas comuns. Mas uma ressurreição virá, bem diferente, totalmente diferente do que pensávamos; virá uma ressurreição que será levante de Deus contra os senhores e contra o senhor de todos os senhores: a morte» .
Os que não forem nem para a direita e nem para a esquerda de Deus, deverão se purificar no purgatório. Porém, Deus não quer que ninguém seja condenado, mas que todos se salvem: «todos os povos... têm igualmente um único fim comum, Deus, cuja Providência, testemunhos de bondade e planos de salvação abarcam a todos...» .
A condenação, então, é resultado da indisposição em converter-se: «se no momento mais nítido de liberdade ele (o ser humano) pronunciar o seu não, ele o expressará de fato com todo o seu ser; ele teima na sua negação e inclusive ele mesmo acaba por tornar-se um não radical. Opta por si mesmo por todo o sempre e tem que aturar a si próprio toda a eternidade; tem que errar no tenebroso vazio da sua própria existência para todo o sempre» .

4. O céu como comunhão de vida

É difícil acreditarmos na existência do céu, ou se quiser, do paraíso como um estado de vida onde reina a comunhão. Isto porque vivemos fora do mesmo, sendo que, devido à desobediência, o ser humano foi afastado da presença de Deus: «e o Senhor Deus o expulsou do jardim do Éden para cultivar o solo de onde fora tirado. Ele baniu o homem e colocou, diante do jardim do Éden, os querubins e a chama da espada fulgurante para guardar o caminho da árvore da vida» (Gn 3,23-24). A expulsão provocada pela desobediência ao Criador nos proporcionou outras experiências de vida: «à mulher, o Senhor disse: “multiplicarei as dores de tuas gravidezes, na dor darás à luz filhos. Teu desejo te impelirá ao teu marido e ele te dominará”. Ao homem, ele disse: “porque escutaste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te proibira comer, maldito é o solo por causa de ti! Com sofrimentos dele te nutrirás todos os dias de tua vida”» (Gn 3,16-17).
A partir disso, por algum tempo, a humanidade passou a estar impedida de ver a face de Deus plenamente. Por não suportar viver em sua presença, uma vez expulsa do paraíso, começa a caminhar sem rumo e direção, vivendo apenas de esperança. A esperança é de que Deus enviará o Messias que novamente proporcionará a mediação, ou melhor, a reconciliação entre ela e o Criador. No fundo, ele será a única possibilidade de mediação entre o ser humano e Deus: «porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem» (1Tm 2,5). Enquanto isso não acontece, o ser humano tem de caminhar no deserto, experimentando o êxodo de quem não possui mais pátria. E deserto aqui não quer dizer apenas um lugar pleno de areia, formado por dunas e de temperatura elevada, mas também o caminhar na ausência de Deus, com saudades do paraíso perdido. Assim, o mesmo passa a ser uma meta a ser atingida. Neste caminhar a ressurreição não se torna, por ora, possível . Todos os que morrem, bons e maus, justos e injustos vão para o mesmo lugar, sendo que, os justos terão que aguardar a libertação por meio de Jesus Cristo.
No latim, o termo inferno quer dizer lugar inferior ou abismo. Já no AT o mesmo é definido como lugar dos mortos (xeol), ou mesmo gruta subterrânea. Ainda na concepção vetero-testamentária, todos os mortos, justos e injustos, possuem como destino final o xeol ou a referida gruta. No livro do Deuteronômio encontramos uma idéia de tais lugares: «porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua colheita, e abrasará os fundamentos dos montes» (Dt 32,22). O livro de Jó também faz uma referência à ida sem retorno para um lugar de tormento: «antes que eu vá para o lugar de que não voltarei, à terra da escuridão e da sombra da morte» (Jó 10,21).
Mas, se no AT a concepção era de que bons e maus iam para o mesmo lugar após a morte, com o progresso da Revelação, passou-se a entender que os bons possuirão um outro destino: «no seu abandono, Jesus apropria-se da dor e da morte do homem, da existência humana em si. Ele a vivencia na sua mais profunda e dolorosa realidade, na perda de Deus» .
Se os maus irão para a perdição eterna, os bons ressuscitarão para a vida: «e muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno» (Dn 12,2). Deste modo, os ímpios ressuscitarão para o castigo: «eis que todos vós, que acendeis fogo, e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos jazereis» (Is 50,11). O livro do profeta Isaías também confirma o destino dos ímpios depois da morte, por causa de suas prevaricações: «e sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne» (Is 66,24).
Na bíblia aparece também a imagem da Geena. Na cidade de Jerusalém é presente até hoje um vale considerado como um lugar de culto idolátrico: «portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor em que não se chamará mais Tofete, nem Vale do Filho de Hinom, mas o Vale da Matança; e enterrarão em Tofete, por não haver outro lugar» (Jr 7,32; cf. 19,6). Trata-se da lixeira da cidade, o que conhecemos por boca-do-lixo: «e edificaram os altos de Tofete, que está no Vale do Filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e a suas filhas, o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração» (Jr 7,31).
Jesus Cristo, depois de sua paixão e morte, desce à mansão dos mortos. Descida que tem uma dimensão cósmica do mistério pascal. O mundo, segundo a concepção hebraica era imaginado como sendo uma casa. A mesma era dividida em três compartimentos. O primeiro compartimento era uma gruta subterrânea onde se encontrava a morada dos mortos. No rés-do-chão se localizava a morada dos homens. Já o palácio de Deus era imaginado como sendo parte integrante do primeiro andar. Assim sendo, uma vez sepultado Jesus penetra no primeiro compartimento: «porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito» (1Pd 3,18). Pela sua ressurreição ele participa do palácio dos homens e na sua ascensão ele faz parte do palácio de Deus: «por isso diz: “subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens”» (Ef 4,8s).
A «descida» de Jesus Cristo à mansão dos mortos representa o seu triunfo sobre a morte: «eu sou o vivente, estive morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno» (Ap 1,18). Ele é o anjo que tem o poder sobre o abismo: «e vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão» (Ap 20,1).
Deste modo, ao cumprir-se a plenitude dos tempos, Jesus Cristo vem para tornar o acesso a Deus possível. A comunhão entre criatura e Criador é restabelecida. Ele proporciona a reconciliação entre a humanidade e Deus, dando sentido ao nosso caminhar: «o vulto do reconciliador, do homem-Deus Jesus Cristo, põe-se entre Deus e o mundo, coloca-se no centro de tudo que acontece. Nele se desvenda o mistério do mundo, assim como nele se revela o mistério de Deus. Não há abismo do mal que possa ficar oculto àquele por quem o mundo é reconciliado com Deus» . É assim que, depois de sua morte o véu do templo se rasga de alto a baixo e a humanidade novamente pode ter acesso ao sagrado à comunhão perdida: «era já mais ou menos a hora sexta quando houve trevas sobre a terra inteira até à hora nona, tendo desaparecido o sol. O véu do Santuário rasgou-se ao meio, e Jesus deu um grande grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”» (Lc 23,44-46). A partir disso, muitos justos que adormeceram em Jesus Cristo, esperando sua vinda, ressuscitam para a felicidade eterna: «abriram-se os túmulos e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram. E, saindo dos túmulos após a ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e foram vistos por muitos» (Mt 27,52-53) .
Porém, uma vez tendo ocorrido a expulsão por causa da desobediência, a plenitude da comunhão que existia no paraíso, não poderá ser mais vivida a qualquer hora, em todo lugar, enquanto estamos a caminho. É por isso que o cristão não pode confessar somente a vida divino-gloriosa de Jesus. Se assim fosse faltaria a esta confissão a expressão de nossa condição. Por assim ser, a vida atual de Cristo é a nossa no sentido de que é uma vida que superou o destino. Então o inferno não é outra coisa que o efeito das ações dos homens. Por isso o inferno só se torna irremediável para ele se ele quiser torná-lo irremediável. Neste sentido, o que Jesus enfrentou nós também o enfrentaremos a partir de sua vitória e, por conseguinte, na esperança.
Mesmo que Jesus Cristo tenha novamente proporcionado o acesso ao céu, o mesmo só poderá ser vivido plenamente de novo na ressurreição para a eternidade: «e irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna» (Mt 25,46). Contudo, não se deve descartar essa possibilidade de vez: «eu vos esconjuro, irmãos meus, permanecei fiéis à terra e não creiais naqueles que vos falam em esperanças sobre-terrenas! Consciente ou inconscientemente são uns envenenadores. São desprezadores da vida, moribundos e eles mesmos envenenados. A terra está cansada deles: que se vão de uma vez» . Mas também não devemos dar importância somente ao céu, nos esquecendo da terra: «na teologia esta concepção se traduziu numa visão alienante do reino de Deus. Este era projetado e esperado somente no futuro. Abandonava-se tudo para aguardar o irromper, dos céus, da novidade salvífica de todas as coisas» . Dá-se aqui uma visão prejudicial de um Deus sem mundo. Esta concepção de um Deus sem mundo ajudou certamente a gerar nos tempos modernos a visão de um mundo sem Deus. Contudo, «o reino já está presente em mistério aqui na terra. Chegando o Senhor ele se consumará» .
É por isso que o que conta não é apenas a terra, o viver aqui que começa e termina nesse mundo e, nem mesmo uma visão alienante do céu que prorroga tudo para depois. O que conta é viver essa vida enquanto estamos a caminho rumo ao céu, tendo presente o que virá depois, seja nas alegrias, seja nas tristezas cotidianas: «a felicidade que na terra gozamos, o bem que fazemos e as alegrias que saboreamos no dia-a-dia da existência são já vivência do céu, embora sob forma ambígua e deficiente» .
Deste modo, vez ou outra, antecipamos o céu aqui na terra, mesmo em meio ao sofrimento, vivendo em comunhão: «eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus» (Rm 8,18-21).
Contudo, mais uma vez temos que ter a percepção que o estar na presença de Deus constantemente, só será possível na eternidade, desde que em vida, nos deixemos conduzir de modo obediente por Jesus Cristo: «a plenitude anunciada por Jesus Cristo e ardentemente desejada por todo aquele que nele crê e espera não é somente aceno de um remoto futuro, mas consumação e realização absoluta de um encontro e de uma comunhão presentes em interação de já e ainda não na vida e na história concreta dos homens» . Aqui, a vigilância é fundamental: «por isso, é importante para cada um de nós permanecer vigilante e esforçar-se ao máximo para não sucumbir no caminho e assim falir no próprio destino» . Mas, se isso acontecer, Deus está sempre disposto a nos acolher no céu, libertando-nos da escravidão da morte, e acolhendo-nos em seus braços. A passagem bíblica sobre o filho pródigo deixa isso claro: «e, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou» (Lc 15,20).
É por isso que, em nosso caminhar após a expulsão da presença de Deus, ora experimentamos a comunhão com ele, conosco mesmos, enfim, com o próximo e com todas as criaturas, ora não. Trata-se de uma utopia da fraternidade universal . No fundo, o ser humano só a vive se dispondo a não permanecer fechado em si mesmo. E ao sair de si mesmo e amar, ele encontra sua plena realização. Por isso ele é chamado a entrar em comunhão com os outros, passando a não destruir sua liberdade. O resultado de tal dinâmica é a disposição em usar seu ser livre para dedicar-se ao serviço dos outros. Nessa doação no amor nossa vida se plenifica e o paraíso passa a ser a realização perfeita da vida humana. Realização que se dá na comunhão e no amor com os outros e com Deus: «a um grande movimento que se esvazia a si mesmo (...) e, quando estiver consumado, esse não será mais o “nosso” próprio amor, mas sim, virá dos outros; será mero presente» .
Quando a comunhão não se faz presente então experimentamos o contrário do céu. Neste estágio de nossa vida a divisão se apresenta. Resulta num modo de viver que chamamos de experiência do inferno. Isto porque a humanidade aprendeu a conhecer a morte, o sofrimento, ou seja, tomou conhecimento do bem e do mal: «portanto céu e inferno, purgatório e juízo não são realidades que irão começar a partir da morte. Mas já agora podem ser vividas e experimentadas, embora de forma incompleta. Elas começam a existir aqui na terra, vão crescendo até que na morte se dá um desabrochar pleno: ou para a frustração para aquele que se orientou negativamente e fechou-se à luz do sentido, ou para a plena realização para aquele que se manteve permanentemente aberto a toda realidade, especialmente para Deus» . E no juízo final o ser humano não será julgado isoladamente: «portanto, o ser humano não se apresenta perante Deus como pessoa isolada, mas, isto sim, juntamente com todas as estruturas do mundo sobre as quais ele mesmo exerce influência e que por sua vez o influenciaram e o determinaram. Todas elas são parte do “julgamento”» .
O que conta acima de tudo é o amor a nós mesmos, a Deus, ao próximo, bem como a todas as outras criaturas, pois não temos condições de ver ou explicar de uma vez por todas, o que Deus tem preparado para aqueles que em vida vivem em conformidade com o maior de todos os mandamentos.

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AG Ad Gentes
AT Antigo Testamento
Aug Augustinianum
BAC Biblioteca de Autores Cristianos
cf. conforme
DoC Doctor Communis
DThC Dictionnaire de Théologie Catholique
eds. editores

1. A.R. van der WALLE, Bis zum Anbruch der Morgenroete, 243 (a tradução é minha). Cf. N. CAMILLERI, «Lo spirito e la materia nell’uomo dalla morte», 223-230; R. GLEASON, «Toward a Theology of Death», 39-60; P. GLORIEUX, «In hora mortis», 185-216; M.J. O’CONNEL, «The Mystery of Death», 431-439; C. POZO, «Teologia del más Allá», 220-225.
2. B.E. DALEY, Origens da Escatologia Cristã, 116.
3. Cf. GS, 318.
4. Cf. B.E. DALEY, Origens da Escatologia Cristã, 50.
5. GS, 250.
6. Cf. R. DESCARTES, Os pensadores, 93.
7. Cf. P. BERNARD, «Ciel», 2478; O. BETZ, «Der Himmel», 269-283; L. BOROS, «Der neue Himmel und die neue Erde», 261-270.
8. A humanidade aqui é entendida como sendo Adão e Eva, nossos primeiros pais.
9. Cf. GS, 251.
10. Na maioria das vezes que nos referirmos à comunhão de agora em diante, estaremos aludindo à comunhão com Deus. Mas não apenas esta. Também à comunhão conosco mesmos, bem como com o próximo e com todas as criaturas.
11. D. BONHOEFFER, Ética, 15.
12. Cf. A. SILESIUS, Il pellegrino cherubico, 156.
13. R.J. BLANK, Escatologia da pessoa, 290.
14. Cf. ainda Ap 19,9.
15. Cf. GS, 251.
16. Cf. B.E. DALEY, Origens da Escatologia Cristã, 81.
17. 2C, 216.
18. R.J. BLANK, Escatologia da pessoa, 292.
19. M. HEIDEGGER, Sein und Zeit, 259 (a tradução é minha).
20. Cf. M. KEHL, Eschatologie, 290.
21. Cf. J. DREISSEN, «Theologische Besinung über den Himmel», 251-258; H. MÜLLER, «Himmel», 405-409; R. TROISFONTAINES, «Le ciel», 229-249.
22. Sobre o significado da ressurreição de Jesus, cf. R.J. BLANK, «O significado escatológico da ressurreição», 81-88.
23. R.J. BLANK, Escatologia da Pessoa, 288.
24. Cf. O. BETZ, «Der Himmel», 262-280; L. BOROS, «Der neue Himmel und die neue Erde», 263-279; J. DREISSEN, «Theologische Besinung über den Himmel», 251-258; H. MÜLLER, «Himmel», 401-409; R. TROISFONTAINES, «Le ciel», 229-240.
25. Cf. B.E. DALEY, Origens da Escatologia Cristã, 100.
26. Cf. P. SESSA, «Desiderio dell’eternità e della vita eterna», 161-171.
27. K. MARTI, Schon wieder heute, 55 (a tradução é minha). Cf. M.J. O’CONNEL, «The Mystery of Death», 434-442; C. POZO, «Teologia del más Allá», 218-223.
28. NA, 1.579. Para maiores detalhes, cf. também AG, 879; GS, 288.
29. L. BOROS, Erloestes Dasein, 101 (a tradução é minha).
30. Para um maior aprofundamento sobre a ressurreição dos mortos, cf. di GIOVANNI, «La partecipazione alla “immortalità” di Dio», 229-236. Cf. ainda E. BETTENCOURT, «A vida que começa com a morte», 45-55; L. BOFF, A nossa ressurreição na morte, 10-15; M. BORDONI, Dimensioni antropologiche della morte, 25-33.
31. G. ROSSÉ, Jesus in seiner Verlassenheit, 69 (a tradução é minha).
32. D. BONHÖEFFER, Ética, 44.
33. A ressurreição de justos no AT é um sinal da era escatológica (cf. Is 26,19; Ez 37; Dn 12,2). Uma vez que eles foram libertados do Hades pela morte de Cristo (cf. Mt 16,18), esperam a sua ressurreição para entrar com ele na Cidade Santa, isto é, na Jerusalém Celeste (Ap 21,2.10; 22,19). Esta é a concepção presente também nos antigos Padres da Igreja. A descida de Cristo à mansão dos mortos é, então, uma das primeiras expressões da fé na libertação dos mortos (cf. 1Pd 3,19).
34. F. NIETZCHE, Also sprach Zarathustra, 3 (a tradução é minha).
35. L. BOFF, Vida para além da morte, 27. Cf. N. CAMILLERI, «Lo spirito e la materia nell’uomo dalla morte», 223-234; R. GLEASON, «Toward a Theology of Death», 39-68; P. GLORIEUX, «In hora mortis», 185-216.
36. GS, 318.
37. L. BOFF, Vida para além da morte, 31.
38. J. B. LIBÂNIO, Escatologia Cristã, 278.
39. R.J. BLANK, Nossa vida tem futuro, 192.
40. Cf. J.L.R. de la PEÑA, La pascua de la creación, 218.
41. L. BOROS, Mysterium mortis, 54 (a tradução é minha). Cf. N. CAMILLERI, «Lo spirito e la materia nell’uomo dalla morte», 223-234; R. GLEASON, «Toward a Theology of Death», 39-68.
42. L. BOFF, Vida para além da morte, 26-27. Cf. P. GLORIEUX, «In hora mortis», 185-216; M.J. O’CONNEL, «The Mystery of Death», 434-442; C. POZO, «Teologia del más Allá», 218-223.
43. R.J. BLANK, Escatologia da pessoa, 304. Para maiores detalhes, cf. J. RIVIÈRE, «Lê Role du démon au jugement», 43-64.