29 de out. de 2008

Dizer “não” à homofobia e à homossexualidade, ao mesmo tempo, não é uma contradição!

"Abaixo todos verão uma postagem que o Pastor Ciro Sanches fez a respeito da notícia que foi publicada na Revista Veja, edição 2.067, de 2 de julho de 2008. Comentário esse feito de forma muito sábia e que concordo, pois tudo que é escrito baseado na Palavra de Deus temos que dar créditos". (Ricardo Fabris)

Há alguns dias, o colunista André Petry, da revista Veja, fez uma exposição sobre o fato de os evangélicos estarem muito preocupados com a aprovação da lei que pune a homofobia com prisão. Se de fato o tal projeto de lei dissesse respeito apenas à homofobia (como definida acima), seria anormal haver essa preocupação por parte dos evangélicos. Mas o problema é que o termo "homofobia" vem sendo aplicado de maneira forçada por aqueles que desconhecem ou rejeitam os princípios e mandamentos da Bíblia.

Creio que o senhor Petry, apesar de inteligente, equivoca-se ao acreditar que o projeto de lei em apreço não é prejudicial aos evangélicos. Ele também não acerta ao ignorar que, a despeito de sermos contrários à prática homossexual — posto que a Palavra de Deus a define como pecaminosa —, também não somos favoráveis à discriminação e à perseguição aos homossexuais. E isso não é uma contradição, como veremos.

A discriminação ocorre quando um indivíduo, uma família ou uma instituição se voltam contra pessoas ou grupos, a ponto de quererem matá-los, feri-los ou, no mínimo, humilhá-los e ridicularizá-los, tudo por conta de estes pensarem ou agirem de modo diferente daqueles. E nenhum evangélico fiel à Palavra de Deus agiria dessa forma, haja vista saber que a Bíblia condena expressamente a discriminação, a acepção de pessoas (Tg 2.9).

Ser evangélico e homófobo é um jugo desigual, pois nenhum cristão que se preza é capaz de adotar práticas homofóbicas. Por quê? Porque a homofobia, como definida pela psiquiatria, é uma aversão mórbida aos homossexuais. Se há algum evangélico que diz odiar alguma pessoa que pense diferente dele, a ponto de querer humilhá-la, matá-la ou fazer-lhe mal, esse ainda não entendeu o que é ser um servo do Senhor. E sequer pode ser chamado de cristão.

O senhor André Petry afirmou: "Os evangélicos e aliados dizem que proibir a discriminação contra gays fere a liberdade de expressão e religião. Dizem que padres e pastores, na prática de sua crença, não poderão mais criticar a homossexualidade como pecado infecto e, se o fizerem, vão parar no xadrez. É uma interpretação tão grosseira da lei que é difícil crer que seja de boa-fé" (Veja, 2 de julho de 2008, p.98).

Se a lei em processo de aprovação só proibisse a discriminação aos homossexuais, não haveria problemas. Mas, se a lei considerar a crítica à prática homossexual e a não realização de casamentos de pessoas do mesmo sexo como discriminação, de fato haverá perseguição aos cristãos, ainda que eles não sejam homófobos. Hoje, a maioria das igrejas evangélicas só faz casamentos de pessoas que pertençam ao seu rol de membros. E só fazem parte desse rol quem segue a doutrina esposada pela Bíblia.

Mas o senhor Petry também asseverou: "Uma coisa é ser contra o casamento gay, por razões de qualquer natureza. Outra coisa é humilhar os gays, apontá-los como filhos do demônio, doentes ou tarados" (idem). Veja como o assunto é complexo. A Bíblia, que é a nossa regra de fé, de prática e de viver, classifica todas as pessoas que não servem a Deus de "filhos do Diabo" (1 Jo 3.10). Para Deus não há meio-termo. Só existem os que estão do lado de dentro e os que estão do lado de fora (Mt 13.11; Jo 1.11,12). E afirmar isso, em uma pregação, não é para um evangélico, de modo nenhum, discriminatório, posto que tal assertiva é corroborada pela Bíblia.

Para os evangélicos, odiar um homossexual é pecado. Mas fazer um casamento de pessoas do mesmo sexo também é pecado! Por quê? Porque a Bíblia condena a prática homossexual: "Não erreis (...) nem os efeminados, nem os sodomitas (...) herdarão o Reino de Deus" (1 Co 6.10). E ainda: "... deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro" (Rm 1.27). Segue-se que, se os evangélicos têm como principal fonte de autoridade os princípios e mandamentos da Bíblia, fazer um casamento de pessoas que estão em pecado, biblicamente, é também incorrer em erro.

Não temos dúvidas quanto à anormalidade da prática homossexual, haja vista o Senhor Jesus ter enfatizado que no princípio Deus criou apenas homem e mulher (Mt 19.4-6). Biblicamente, ninguém é homossexual de nascimento, pois, se houvesse a possibilidade de pessoas nascerem em tal estado, Deus jamais condenaria a prática homossexual. E, desde os tempos do Antigo Testamento, esse comportamento tem sido contundentemente reprovado pelo Senhor (Lv 18.22; 20.13).

Não creio que o senhor André Petry esteja contra os evangélicos. Mas, ao que me parece, a sua opinião evidencia o seu desconhecimento dos princípios e mandamentos da Palavra de Deus. Afinal, quem somos nós para proibir os homossexuais de fazerem o que bem entendem? O próprio Deus respeita a livre-vontade humana! E nós, como pessoas respeitosas, não devemos dizer que os homossexuais são doentes, monstros, vândalos, etc. Não obstante, quanto ao fato de a prática homossexual ser pecaminosa, tratando-se de uma doença espiritual, disso não temos dúvidas.

Se o senhor Petry ler a Bíblia sem preconceito, descobrirá que ela condena vários pecados, levando os evangélicos a se posicionarem contra eles, ainda que o governo, a mídia ou a sociedade os incentive de alguma forma. Por exemplo, a embriaguez, o julgamento calunioso, o adultério e a mentira são pecados contra Deus (Gl 5.21; Ef 5.18; Mt 7.1,2; Ap 21.8). A reação dos evangélicos ao tal projeto de lei ocorre porque eles querem continuar tendo a liberdade de pregar, respeitosamente, contra o que a Bíblia classifica como pecado. E a prática homossexual, como vimos, é pecaminosa, à luz das Escrituras.

Não sou favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas também não sou contra à livre expressão do pensamento. Nesse caso, os casais de homens e de mulheres que desejam se casar, que casem em instituições favoráveis a esse tipo de união antibíblica. Afinal, querer, usando a força de uma lei, obrigar igrejas contrárias à prática homossexual a fazerem tais casamentos trata-se de um abuso, um desrespeito a quem pensa diferente.

Diante do exposto, o que eu sugiro? A lei em apreço — se é que ela é necessária — pode até ser aprovada, mas precisa de uma revisão. É necessário que ela descreva com clareza que a discriminação aos homossexuais implica zombar deles, ridicularizá-los, maltratá-los, humilhá-los, etc. Ademais, não deve considerar homofóbicas a pregação contra o pecado da homossexualidade e a negação de casamento, por parte das igrejas evangélicas, a pessoas do mesmo sexo, como demonstramos.

Respeitosamente,

Pastor Ciro Sanches Zibordi

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