7 de nov. de 2008

Por que Romanos 9 não avaliza a predestinação incondicional (1)

Pretendo, por meio desta série, demonstrar que Romanos 9 não abona a predestinação incondicional. Mas, antes, responderei a algumas perguntas intrigantes que os calvinistas costumam me fazer.

A primeira pergunta é: “Pastor Ciro, o senhor é arminiano?” E a minha resposta negativa sempre gera outra indagação: “Então, por que se preocupa tanto em refutar o calvinismo?” E emendam um terceiro questionamento: “Se o senhor não é arminiano, por que se vale dos frágeis argumentos arminianos?”

Em primeiro lugar, sempre deixei claro que não me apego a rótulos, ainda que eu não tenha nada contra eles. Eu os valorizo, mas não os priorizo. Por exemplo, nunca escondi de ninguém que sou pentecostal e pastor assembleiano. No entanto, as minhas fontes de autoridade não são a tradição das Assembléias de Deus, a qual eu respeito, e muito, tampouco a minha experiência como pentecostal. A minha fonte primacial de autoridade é a Bíblia. E aqui está um grande problema, posto que calvinistas e arminianos dizem ter o abono das Escrituras para tudo o que afirmam!

A despeito de os ultra-calvinistas continuarem não acreditando em mim, reitero que não sou arminiano nem calvinista. Por quê? Porque não encontro apoio na Bíblia para nenhuma das duas correntes, principalmente para o calvinismo. É claro que o arminianismo — o extremado, é óbvio — supervaloriza a ação humana, em detrimento da graça de Deus. Mas, e o calvinismo? Quer dizer que as suas abordagens exageradas de algumas doutrinas da salvação, como a eleição, a predestinação, a segurança da salvação, etc., não depõem contra a Bíblia?

Por que não sou arminiano? Porque concordo que a salvação se dá exclusivamente pela graça salvadora, e não pelo esforço humano; se bem que isso deve ser entendido à luz das Escrituras, e não mediante teologias “enlatadas”. Não sou arminiano, ainda, porque creio na plena segurança da salvação, em Cristo. Eu disse: “em Cristo”, pois fora de Cristo não há segurança alguma!

Mas, qual é o problema do predestinalismo ou calvinismo extremado? É o determinismo, expresso pela máxima “Uma vez salvo, salvo para sempre”. Nenhum calvinista fanático aceita que o Senhor Jesus tenha morrido por toda a humanidade, tampouco admite que a aceitação da graça se dá mediante o livre-arbítrio. Para um predestinalista, somente os eleitos antes da fundação do mundo estão, por decreto, definitivamente salvos, haja o que houver. E eles pensam ter toda a Bíblia a seu favor. É como se Deus fosse calvinista!

Preocupo-me com o apego dos predestinalistas a passagens isoladas, as quais, fora do contexto, de fato sugerem que Deus tenha eleito uns para a perdição e outros para a salvação. Um desses textos é Romanos 9. Confesso que, se este capítulo pudesse ser extraído de seu contexto, ignorando-se todas as outras verdades das Escrituras, eu já teria me tornado um predestinalista, sem nenhuma dúvida. E poderia dizer como certos internautas: “Eu sou um assembleiano calvinista”...

O problema é que o texto de Romanos 9 — como outras passagens usadas em prol do predestinalismo — está inserido em um contexto imediato (a Epístola de Romanos) e em um contexto geral ou remoto (toda a Bíblia). E certos irmãos em Cristo, desconhecedores de algumas doutrinas da salvação, depois de convencidos de que o calvinismo é verdadeiro, passam a ver todos os outros textos bíblicos sob a ótica predestinalista, o que lhes impede de conhecer a pura verdade do evangelho acerca da salvação em Cristo Jesus. O meu objetivo, portanto, é mostrar que a Bíblia, e somente ela, tem as respostas quanto às doutrinas da salvação.

(continua...)

Pastor Ciro Sanches Zibordi

2 comentários:

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Fiquem com Deus!