PARTE 2
Apocalipse 3
Introdução:
Apocalipse 3
Introdução:
Nesta segunda parte do estudo sobre as cartas do Apocalipse, destinadas às igrejas da Ásia Menor, estaremos considerando as cartas às igrejas de Sardo, Filadélfia e Laodicéia. Como visto anteriormente, as sete igrejas em questão (as quatro do estudo anterior mais as três aqui citadas), são representativas das demais igrejas daquela província da Ásia e, possivelmente, de todo o império romano. Procurando aplicar as grandes verdades espirituais do Apocalipse aos nossos dias, não será demais considerar que essas sete igrejas são também representativas das igrejas de hoje.
A Carta à Igreja de Sardo – Morta ou Viva ? (3:1-6)
A Crítica: O remetente desta carta, Cristo, se identifica como "o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas". Ele tem o poder e a sabedoria e, em suas mãos, está o destino da igreja. Nas cartas anteriores, sempre havia primeiro um elogio e só depois o remetente fazia a sua crítica ao ponto negativo da igreja. Aqui, porém, ele inverte a ordem. Há mais pontos negativos que positivos. Em essência, a crítica dizia respeito ao fato de que a igreja de Sardo demonstrava externamente, grande atividade mas, internamente, não tinha nenhuma espiritualidade. Por fora, parecia viva, mas por dentro, estava morta.
O Aviso à Igreja: Aconselha-se à igreja a ser vigilante e a "confirmar as coisas que restam, que estavam para morrer". Naquela igreja haviam algumas coisas que ainda viviam e que poderiam reverter o estado moribundo da igreja, caso fossem ouvidas as palavras de Jesus, o remetente da carta. O aviso à vigilância tinha especial significado para os habitantes de Sardo, uma vez que a cidade estava edificada em uma elevação, era fortificada e três de seus lados desembocavam em aclives como precipícios. Convém observar que, no Novo Testamento, o termo "vigiar" se refere mais a manter-se ocupado plenamente no serviço do que simplesmente manter os olhos abertos.
O Ponto Positivo e as Promessas: Na igreja de Sardo haviam poucos que mereciam algum elogio. Esses "não contaminaram seus vestidos", participando dos cultos pagãos, do mundanismo reinante e corrupção da cidade. Tinham permanecido fiéis ao Senhor. Para este grupo fiel é prometido que ele andará com o Senhor, "vestido de vestes brancas" (sem manchas). Esta figura tem especial significado para Sardo, uma vez que a cidade se orgulhava de seu comércio de tecidos coloridos, usados especialmente pela gente mundana.
A Carta à Igreja de Filadélfia - Aquela com uma Porta Aberta (3:7-13)
O Ponto Positivo: É interessante notar que existem muitas referências positivas à essa igreja. Ela não recebe críticas do Senhor que, ao contrário, coloca diante dela "uma porta aberta que ninguém pode fechar". Cristo sabe que a igreja por si só é fraca, "tens pouca força", diz Ele. A igreja, porém, estava sendo fiel guardando o nome de Jesus e a porta aberta daria a ela a oportunidade de ser uma igreja estratégica. Com isso, ela poderia progredir, apesar de sua pouca força. Filadélfia era conhecida como "a cidade missionária", pelo fato de ter sido fundada para fomentar a civilização greco-asiática e o idioma e os costumes gregos na regiões orientais da Lídia e da Frigia. A "porta aberta", portanto, era uma referência à possibilidade da igreja de Filadélfia compartilhar da vocação cultural da cidade e desenvolver uma estratégia missionária própria, de proclamação do Evangelho de Jesus. Aliás, é interessante notar uma certa correlação entre igrejas vitoriosas com aquelas que têm "missões" e evangelismo como uma de suas motivações principais.
A Promessa: Por terem agido com fidelidade, Cristo promete aos crentes de Filadélfia, sua graça sustentadora nas tribulações que se abateriam sobre todo o mundo. Tal tribulação não os venceria (v10). Aquela igreja é encorajada com a próxima vinda do Senhor. Várias outras promessas são ainda declaradas (v12) aquele que for fiel: "Ao vencedor, farei dele coluna no templo do meu Deus", numa alusão a sobrevivência da igreja fiel. A cidade de Filadélfia ficava em uma região sujeita a terremotos e por isso, os crentes dessa cidade entenderiam muito bem o significado ou valor de uma coluna. Cristo estava dizendo que, apesar dos terremotos das perseguições, os fiéis seriam como colunas inabaláveis de um templo indestrutível. Note-se aqui que, no Apocalipse, não há promessa de que os crentes escapariam ao sofrimento e à morte. Há promessa, entretanto, de que mal algum sobreviria às suas almas. Cristo promete ainda à igreja de Filadélfia, que viria "sem demora", embora não fique claro se esta expressão se refere à segunda vinda de Cristo. Convém observar que ela não estabelece um prazo necessariamente, uma vez que pode significar também "repentinamente" ou "inesperadamente". Por outro lado, que sentido haveria em abrir uma porta missionária para Filadélfia, se Jesus estivesse voltando logo a seguir ?
A Carta à Igreja de Laodicéia – A Igreja com uma Porta Fechada (3:14-22)
A cidade de Laodicéia era uma cidade próspera. Por ela passavam três estradas romanas. Ela era o principal centro de comércio e finanças da região sendo reconhecida também como centro terapêutico para os olhos, por conta de um ungüento lá fabricado. Seu progresso tendia a levar seus moradores a serem arrogantes, orgulhosos e independentes, o que de certa forma, refletia na igreja lá existente.
A Queixa: Das sete igrejas, Laodicéia é a única sobre a qual nada se diz de positivo. Cristo a acusa de indiferença "Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca ..." (v16). Ele se utiliza das características da cidade para admoestar os crentes. Ele os chama de pobres, apesar de abastados, de cegos, apesar do ungüento ou colírio para os olhos e nus, apesar das boas roupas que usavam. Cristo, usando a linguagem simbólica e contextualizada do comércio de Laodicéia, aconselha no verso 18, que a igreja compre dele "ouro refinado", "vestiduras brancas" e "colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas".
O Aviso e a Promessa: No verso 19 Cristo avisa que a igreja será repreendida e disciplinada porque Ele a ama. Aquela igreja tinha tudo menos Cristo. Ele permanecia do lado de fora batendo à porta. Se alguém a abrisse, Ele entraria e poderia começar a mudar a igreja, mesmo com uns poucos que lhe fossem fiéis. Ao que vencer o espírito de indiferença e letargia e "abrir a porta", Cristo promete entrar por ela e cear com aquele que a abre, estabelecendo um profundo relacionamento com Ele. O Senhor Jesus promete também que o crente fiel sentará no seu trono, junto com Ele. O brado de alerta contra a indiferença e a apatia espiritual ainda está vivo nas linhas do Apocalipse, dirigido não só a Laodicéia, mas a todas as igrejas na face da terra. Está também dirigido a você e a mim.
É nosso desejo sincero que, ao lermos a mensagem do Apocalipse, destinada primariamente àquelas sete igrejas da Ásia Menor, possamos ver-nos em algumas delas, recebendo com sabedoria as palavras de Cristo a nós endereçadas, seja de crítica, de aviso ou de promessa. "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas." (Ap 3:22).
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