9 de jun. de 2008

A Pornografia e o Cristão

Alguém já disse que é mais fácil reconhecer a pornografia do que defini-la. Os dicionários nos dizem que pornografia é o caráter imoral ou obsceno de uma publicação. Material pornográfico é aquele que descreve ou retrata atos ou episódios obscenos ou imorais, desde a nudez erótica até cenas de sexo explícito.

A pornografia é extremamente popular no mundo de hoje. Mensalmente, cerca de 8 milhões de cópias de revistas pornográficas circulam no Brasil. Em 1994 a venda de vídeos pornô chegou perto de 500 milhões de dólares. Segundo uma pesquisa, em 1992, 1a cada 4 brasileiros assistiu a um filme de sexo explícito. O mesmo fizeram 13% das mulheres entrevistadas. Em 1995 esse número dobrou para os homens e aumentou um pouco em relação às mulheres.
Existe uma imensa facilidade para se conseguir material pornográfico no mundo de hoje. Como na maioria dos demais países "civilizados" material pornográfico pode ser encontrado e consumido facilmente no Brasil em diversas formas: cinema, canais abertos de televisão, televisão a cabo e no sistema "pay-per-view", Internet, fitas de vídeo, CD-ROMs com material pornográfico, gravuras, exposições de arte erótica, livros, revistas e videogames, entre outros. Parece não haver fim à criatividade do homem em utilizar-se dos avanços tecnológicos para a difusão da pornografia. Como disse o escritor francês Restif de la Bretone no século 18, "La dépravation suit le progrès des lumières" ("A depravação segue o progresso das luzes")

Muito embora os evangélicos em geral sejam contra a pornografia (alguns apenas instintivamente) nem todos estão conscientes do perigo que ela representa. Menciono alguns deles em seguida:

É violar os princípios bíblicos estabelecidos por Deus para proteger a família, a pureza e os valores morais. A própria palavra "pornografia" nos aponta esse realidade. Ela vem da palavra grega pornéia, que é usada no Novo Testamento para a prática de relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impureza sexual em geral. A Bíblia claramente condena a pornéia: ela é fruto da carne, procede do coração corrupto do homem, é uma ameaça à pureza sexual e devemos fugir dela, pois os que a praticam não herdarão o reino de Deus. A pornografia explora exatamente as formas de sexualidade condenadas por Deus: adultério, prostituição, homossexualismo. Há até mesmo a pornografia infantil.
É contribuir para uma das indústrias mais florescentes do mundo e que, não poucas vezes, é controlada pelo crime organizado. Segundo um relatório oficial em 1986, a indústria pornográfica nos Estados Unidos é a terceira maior fonte de renda para o crime organizado, depois do jogo e das drogas, movimentando de 8 a 10 bilhões de dólares por ano.
É contribuir para a escalada de violência e assédio sexuais contra a mulher. Vários dos temas mais comuns em pornografia do tipo hardcore incluem cenas de seqüestro e estupro de mulheres, geralmente com espancamento e tortura, além de outras formas obscenas de degradação. A mensagem que a pornografia passa aos consumidores é que quando a mulher diz "não" na verdade está dizendo "sim", e que se o estuprador insistir, ela não somente aceitará como também passará a gostar.

O efeito da pornografia é devastador na personalidade humana. Homens viciados em pornografia têm dificuldades em amar a esposa e manter um relacionamento sexual adequado com ela. Pornografia provoca insatisfação com o casamento, cria um mundo de fantasias eróticas e devaneios sexuais, enfraquece a vontade de ser santo e puro, estimula a prática das aberrações sexuais que retrata, insensibiliza quanto à violência e à degradação à qual as mulheres são submetidas, passa a idéia de que a violência sexual, o estupro, o abuso, e a degradação da mulher são coisas normais e até desejáveis por elas mesmas e abre a porta para outras formas de degradação moral. Não são poucos os relatórios feitos por comissões de pesquisadores que denunciam a estreita relação entre a pornografia e a crescente onda de estupros, assédio sexual e exploração infantil nos países "civilizados". De fato, "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.26).

Acredito que os pastores e as igrejas evangélicas no Brasil podem fazer algumas coisas: ler os estudos e relatórios sobre os efeitos da pornografia feitos por comissões especializadas; pregar sobre o assunto e especialmente dar estudos para grupos de homens; desenvolver uma estratégia pastoral para ajudar os membros das igrejas que são adictos à pornografia; desenvolver uma abordagem que trate da sexualidade de forma bíblica, positiva e criativa; tratar desses temas desde cedo com os adolescentes da Igreja expondo o ensino bíblico de forma positiva; orar especificamente pelo problema.
Que Deus nos dê mentes e vidas puras! Que ele conceda que nossos casamentos sejam puros e felizes e que nossos filhos cresçam de forma sexualmente sadia.

Autor: Rev. Augustus Nicodemus Lopes
Doutor em Novo Testamento, é professor de Exegese do Sem. Presbit. José Manoel da Conceição, em São Paulo e Diretor do Centro Presbit. de Pós-Graduação Andrew Jumper, São Paulo.

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